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SOBRE O ATLAS

A primeira versão do Atlas da Questão Agrária Brasileira, com cerca de 300 mapas, foi lançada em 2008, e é parte dos resultados da tese de doutorado intitulada “Proposição teórico-metodológica de uma cartografia geográfica crítica e sua aplicação na elaboração do Atlas da Questão Agrária Brasileira” (GIRARDI, 2008) (donwload: TESE - apêndice 2a - apêndice 2b). Na ocasião foi elaborada uma análise da questão agrária brasileira (veja aqui), que também está disponível na plataforma atual do Atlas e cujas análises vão até o ano de 2007, quando os dados do Censo Agropecuário 2006 do IBGE acabavam de ser publicados, não havendo tempo para uma análise mais profunda deles naquele momento.

Desde 2008 foram elaborados diversos outros mapas, principalmente durante um projeto para sua atualização e aprimoramento financiando pelo CNPq entre 2014 e 2017. Esses mapas estão agora disponíveis na também nova plataforma on-line e cujo novo endereço é www.atlasbrasilagrario.com.br . Doravante o Atlas será atualizado constantemente, pois o processo foi facilitado pela maior automação da nova plataforma.

Os mapas do Atlas são elaborados um a um com o programa Philcarto (philcarto.free.fr) e posteriormente passam por edição gráfica, são exportados para formato de figura e então é feito o upload no portal. Contudo, antes disso, é preciso cuidar dos dados. Hoje há uma imensidão de dados disponíveis e selecionar apenas alguns deles é um desafio e uma tortura. A maior parte dos dados já está disponível de forma adequada para o mapeamento, mas em alguns casos é preciso até mesmo digitá-los. São feitas buscas nas mais diversas fontes e os dados são analisados com a finalidade de obter mapas mais significativos: quais dados são os mais reveladores? qual é o formato mais relevante para ser mapeado? As principais fontes de dados utilizadas no Atlas são: IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; CPT – Comissão Pastoral da Terra; DATALUTA – Banco de Dados da Luta Pela Terra; Ministério do Trabalho e Emprego; INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária; INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.

É necessário dizer que, frente a tamanha vastidão e diversidade de dados, o trabalho de mapeamento e atualização constante de um atlas é angustiante, pois a velocidade com a qual a realidade muda e os dados são produzidos é muito maior do que o que conseguimos produzir. Mesmo que selecionemos os dados mais significativos, haverá sempre lacunas daquilo que poderia ser feito, em especial se considerarmos os diferentes objetivos de que procura por mapas. As sugestões dos usuários podem nos auxiliar no processo de seleção dos temas mais importantes da questão agrária no Brasil. Com essa explicação do processo de atualização queremos deixar claro que trata-se de um procedimento que requer tempo, acurácia e reflexão, por isso, as atualizações podem não ser tão rápidas quanto o ritmo frenético com o qual as informações instantâneas estão ditando nas vidas atuais.

Parte dos mapas produzidos são utilizados em produções acadêmicas nas quais analisamos o campo brasileiro. O processo de mapeamento permite apreender boa parte das dinâmicas e estruturas territoriais da questão agrária no Brasil, sendo o processo em si parte da pesquisa. Contudo, é impossível que uma pessoa analise todos os mapas produzidos – e este não é o objetivo com o Atlas. O propósito é fornecer aos usuários mapas que possam contribuir para entender o campo brasileiro de forma ampla, com suas características positivas, negativas e contraditórias. Esperamos que seja mais uma contribuição da Geografia para entender o tema da questão agrária no Brasil.

As novidades ora publicadas estão nos mapas dos dados preliminares do Censo Agropecuário 2017; nos mapas para anos mais recentes sobre produção agropecuária, conflitos, violências etc.; e no mapeamento exaustivo e exploratório dos dados sobre agricultura camponesa (agricultura familiar, na terminologia do IBGE) do Censo Agropecuário 2006 do IBGE. Esses mapeamentos da agricultura camponesa estão dividios em dois blocos, de acordo com as duas metodologias de definição da agricultura familiar utilizadas pelo IBGE para tabular os dados: a) as regras da Lei da Agricultura Familiar (Lei 11.326 de 24/07/2006) e b) a metodologia desenvolvida em parceria entre a FAO e o INCRA.

Os dados preliminares do Censo Agropecuário 2017 do IBGE foram publicados no mês de julho de 2018 e os primeiros conjuntos de dados definitivos devem ser disponibilizados em 2019. Como os dados preliminares podem mudar após verificados possíveis problemas, aguardaremos a publicação dos resultados definitivos para realizar um mapeamento mais amplo e principalmente para comparar os dados de 2017 com os do Censo Agropecuário de 2006, já que fazê-lo agora não permitirá afirmações muito seguras. Contudo, elaboramos alguns mapas (cerca de 40) com os dados preliminares para permitir ao usuário ter pelo menos uma visão geral do conjunto.

Institucionalmente, o Atlas da Questão Agrária Brasileira é um projeto desenvolvido no NERA – Núcleo de Estudos, Pesquisas e Projetos de Reforma Agrária, vinculado ao Departamento de Geografia e ao Programa de Pós-Graduação em Geografia da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Unesp – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”Campus de Presidente Prudente.

Todo o conteúdo disponível no Atlas da Questão Agrária pode ser utilizado (este é o objetivo!) sem consulta prévia, desde que não seja alterado de forma alguma e que a referência seja devidamente feita utilizando a seguinte composição:

 

GIRARDI, Eduardo Paulon. Atlas da Questão Agrária Brasileira. Presidente Prudente: Unesp/NERA, 2008. Disponível em: <www.atlasbrasilagrario.com.br>.

 

Dúvidas, críticas, sugestões e elogios – escreva para eduardo.girardi@unesp.br

 

Boa leitura e bom uso.

 

Prof. Dr. Eduardo Paulon Girardi
- Geógrafo -